sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Promotores querem fim da “carteirada”

Estranhamente, a mídia norte-rio-grandense tem aberto pouco espaço para uma ofensiva que o ministério público estadual iniciou recentemente contra um dos piores vícios a que se dedicam muitas autoridades e servidores governamentais. Trata-se da famosa "carteirada", o uso da identificação funcional como gazua para abrir portas, notadamente de espaços de entretenimento e lazer.

Dois promotores, um em Natal e outro em Mossoró, insurgiram-se na semana passada contra esta atitude, combatendo o que definem como "passe-autoridade", o acesso gratuito, ilegal, em festas e eventos que ancestralmente vem sendo concedido a quem se apresenta como autoridade, muitas vezes apelando grosseiramente para a célebre pergunta: "Sabe quem eu sou?"

É uma prática que remonta ao tempo do descobrimento e vem se aprimorando na medida em que a sociedade expressa qualquer tentativa de se organizar em sua defesa. Décadas atrás, muita gente lisa que se esgueirava na chamada "alta sociedade" natalense disputava carteiras de "comissário do Juizado de Menores" só para entrar de graça em cinemas, teatro e outras casas de espetáculo.

Hoje, o passe-autoridade garante até transporte gratuito a soldados a pretexto de garantirem a segurança em ônibus assaltados cotidianamente.

Segundo os agentes do "parquet" estadual, não há o menor embasamento legal nesse hábito, que infelizmente também contaminou jornalistas e pseudo-comunicadores. Conheço muita gente que tem carteira de jornais e associações de profissionais apenas para usarem o benefício. Eles se chocam quando mencionam o propósito de usufruir desses documentos como chaves e me ouvem dizer que pago pela diversão que procuro, porque a isenção profissional me exige isto.

No caso, a ética profissional me exige isso.

Se fosse a um cinema em missão profissional encomendada por algum órgão da imprensa, este pagaria meu ingresso. Se vou porque quero, pago-o como cidadão, se bem que sem abrir mão do direito e dever profissional de criticá-lo onde mantiver contato com consumidores do produto final do meu trabalho.

Fonte: No Minuto

Um comentário:

  1. Bom ver que o blog esta ativo novamente!!! Continue atualizando essa é mais uma porta para informações sobre a nossa cidade

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